Não, eu não tô grilada com envelhecimento, me acho nova, aliás, muito nova. Pra mim, uma mulher de 30 anos é uma mulher madura, experiente, responsável, sei lá! Eu não me sinto assim. Talvez seja o vestígio de um imaginário adolescente, de que aos 30 já se é muita coisa, seja lá o que esse "muita coisa" signifique.
Na viagem pra Polônia e Israel o grupo era de muitas idades diferentes. Eu era uma das mais velhas, mas fiquei muito mais próxima da galera de 22-24. Esses novos amigos estão na graduação, moram com os pais e muitos são estagiários. E isso não fez a menor diferença. Saio com eles pra night, topo e participo de todas as brincadeiras, rimos muito juntos. Ao mesmo tempo alguns dos meus melhores amigos estão na faixa dos 50. E fazemos as mesmas coisa, vamos pra night, conversamos e rimos muito.
E eu fico me perguntando o porquê dessa questão dos 30 anos. O que eu deveria estar fazendo que não estou? Eu deveria estar fazendo alguma coisa? Qual é diferença da Mila com 29, 20 ou 16? Eu ainda me lembro bem de como era ter 16. As sensações, os medos, as delícias ainda estão claros na minha memória. Foi outro dia. Como eu posso ser essa mulher-madura-no-auge?
Acompanhei algumas amigas na chamada crise dos 30, quando eu tinha 20 e pouquinhos. Só que os dramas eram querer casar, querer ter filhos, essas coisas. Eu já casei e já separei, não sei se quero ter filhos, já morei sozinha, já trabalhei muito. Agora eu quero outras coisas.
Já ouvi vários depoimentos de idosos que se assustam em frente ao espelho, que não sentem a idade que realmente têm. Talvez seja isso. Só que eu me assusto é com as velas do bolo.