Eu amo uma mesa de bar. Ficar horas sentada, tomando cerveja, conversando, discutindo, a boemia me seduz de uma forma inexplicável. Desde criança sempre fui da noite e da farra. O Natal na casa da Vovó só começava as 22h, a ceia varava a madrugada. No início da adolescência adorava ir com minha mãe à peça que ela estava em cartaz, menos para ver o espetáculo, e mais para poder sair depois da peça. Eram noites divertidíssimas na Trattoria em que o Charles me deixava tomar cerveja escondido dela.
Quando li o livro da Gabriela Leite, Filha, Mãe, Avó e Puta me identifiquei com a passagem na qual ela fala da juventude em São Paulo, quando queria ficar na noite, nos bares e detestava ter que trabalhar cedo. O Bar é um espaço mágico, um misto de clube com parque de diversões. É muito mais do que uma boa cerveja, um salgadinho maravilhoso ou um banheiro decente. É o momento que se vive ali.
No meu clubinho atual, o Rebouças, por um acaso, tem tudo isso. A cerveja eu consegui, depois de muito encher a paciência do Seu Alberto, que fosse Heineken. O bolinho de camarão é um dos melhores do Rio, e o banheiro ótimo. Mas além disso tem a galera.
Fui me aproximando devagar, desde que voltei a morar no JB. Um boa noite aqui, um alô ali, conhecidos em comum, até que fui "aceita". Tem gente de todo o tipo, todas as idades, de vidas completamente diferentes, mas é um grupo. E como grupo é extremamente solidário.
Me lembro exatamente do dia que percebi que havia sido convidada a participar. Fui chamada pro churrasco de despedida de um dos frequentadores, que voltaria pra Portugal. Um churrasco na rua, de tarde, onde cada um trouxe um ingrediente. Uma delícia, quase um clima subúrbio na mesma rua onde fica o Mr. Lam e ao lado do Olympe!
Hoje em dia é impossível não parar no bar - até porque é caminho de casa - nem que seja só pra dar um oi. Faz parte da dinâmica de pertencimento do clube. Se alguém não aparece por um tempo a ausência é sentida. Se está doente, viajou, um fica sabendo e avisa aos outros. Se bebeu demais, fez merda, não tem problema. Tem sempre alguém disposto a dar uma água ou oferecer uma carona. São pessoas que já se tornaram muito queridas, e que no mundo lá fora, talvez, eu nunca conhecesse. E eu adoro conhecer pessoas!
Tem gente que faz aula de pilates, tem gente que faz grupo de estudo, eu, eu vou ao botequim.
Mila to adorando o seu blog!Realmente seus posts sobre o Holocausto são fascinantes. Muitas pessoas me credenciam ser o descobridor de talentos como a Kiara Sasso; Alessandra Maestrine, Alessandra Verney, Malu Rodrigues e isso me deixa muito orgulhoso, mas essa é minha função profissional e não faço nada alem do que a minha obrigação!Mas ler nos seu post que eu dava cerveja pra vc escondido de sua mãe, foi meu maior credito e unico na minha maior carreira: Bebado!
ResponderExcluirViva a Trattoria! Completando seu raciocionio de criança, eu e sua mãe temos uma amiga atriz famosa na classe, que diz que só faz teatro pra sair depois pra jantar e beber!
Acho que me senti responsavel pela sua iniciação e sabedoria etilica... LOVE U! Charles Möeller
Amor!
ResponderExcluirQue luxo ter você por aqui!
Claro que você é responsável, e minha mãe achava que o que eu adorava era a Torta Alemã da Tratoria, rs...
love u 2!
beijo!!!