Voltei do trabalho hoje conversando com um amigo que acaba de perder uma pessoa muito próxima, por conta de um câncer. Esses momentos são tão complicados, porque a gente nunca sabe direito o que falar, como reagir. A relação com a morte é tão complicada e pessoal que eu nunca sei como me portar.
Na minha família materna, graças ao humor dos fucs, sempre fizemos piada com tudo, inclusive a morte. No enterro da minha tia avó ríamos tanto que foi constragedor pra alguns (mas claro, estou falando de uma pessoa idosa que morreu, não de um acidente trágico). Isso não significa que ninguém estava sentido a perda, mas lidamos de outro jeito.
Minha avó Dina, a mulher mais sensata que já conheci, resolveu comprar, junto com duas amigas, o próprio túmulo no cemitério de vila Rosaly. Ela no meio, porque as duas amigas brigavam muito! Rs... Minha mãe outro dia chegou em casa com uma novidade:
- Mila, não quero mais ser cremada! Descobri que você pode doar meu corpo pra uma escola de medicina, acho muito melhor alguém poder aproveitar o resto!!
E eu realmente achei ótimo, só me preocupa o trabalho e a burocracia que ela vai me arrumar, porque não deve ser uma coisa muito fácil no Brasil, doar a mãe.
Mila, ante à morte temos 2 lágrimas, uma em cada olho. Uma lágrima vem da emoção da ausência. Outra lágrima, a do segundo olho, vem da percepção de nossa própria finitude. O terceiro olho, contemplando além da vida, não verte lágrima alguma.
ResponderExcluirNacir Sales
http://www.adequacao.com.br/blog/
Miloca!
ResponderExcluirBoa surpresa essa de escritora!!!!
Gostei dessa croniqueta sobre a morte.
Gosto de combinar coisas pro meu enterro com os amigos, e acho saudável e até engraçado!
beijocas!
Adriana.