Ontem foi Shavuot, uma festa judaica onde comemora-se o recebimento da Torá. A mitzvá é ficar estudando até tarde.
O Hillel Rio, como sempre, fez uma comemoração à sua maneira, com discussões, filmes, etc. Fui lá só dar um alô e acabei entrando na sala dos Rabinos da Ari, Dario e Margules. E não é que foi sensacional? Um debate franco, aberto, sobre tradição e modernidade, passando por Mcluhan! Um daqueles momentos que me faz perceber porque eu gosto tanto de frequentar a casa.
Explico: sou judia simplesmente por um acaso de ter nascido de uma mãe judia, que por um outro acaso nasceu de outra mãe judia. Sou secular, não sigo a religião e não acredito em Deus. Mas tem essa coisa de povo e cultura que é maravilhosa. O meu judaísmo eu pratico assim, na discussão, na leitura.
Lembrei de um dia no Rebouças em que a Debora Colker estava falando o porque dela adorar ser judia: porque no centro da sinagoga a coisa mais importante é um livro.
Uma vez, numa aula do Rabino Dario, ele falava sobre a mezuzá, de como algumas pessoas a colocam na porta, achando que só isso basta para caracterizar um lar judaico, e se esqueciam dos livros. A Mezuzá não tem poderes mágicos, a prática desse judaísmo vem do dia-a-dia, com leituras e estudos.
E eu, que não tinha mezuzá na porta por não achar importante (talvez quando começarem a cair rãs do céu) achei fantástico. Ler, estudar, é fundamental pra qualquer ser humano.
E se não-deus quiser eu vou passar no mestrado!
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